Em português, a escrita é, de certa forma, a representação da fala, embora, para escrever, não basta transcrever o que se escuta. Isso porque nem sempre há correspondência entre sons e letras.
Exemplos:
Exemplos:
Som /Z/ zero - casa - exame
ORTOGRAFIA: é a maneira correta de escrever. Cada palavra tem uma grafia única, e esta corresponde a uma forma padrão que não só representa os sons da fala, mas também reflete a história e a tradição cultural da palavra.
Observação: não deve - se dizer Ortografia Correta, uma vez que orto - já significa correto. Muito menos erro de ortografia. Assim, diga-se ortografia (grafia correta), e grafia incorreta.
Tira-Dúvidas:
Tira-Dúvidas:
-
Abaixo ou a baixo?
abaixo = embaixo, em nível inferior
Ex: As médias foram abaixo do esperado.
a baixo = para baixo:
Olharam - na de cima a baixo.
- Acento ou assento?
acento = sinal gráfico
A palavra café, tem acento agudo.
assento = lugar de sentar
O assento da cadeira estava danificado.
- Debaixo ou de baixo?
debaixo de (locução prepositiva) = sob:
O lápis estava debaixo do livro.
de baixo (preposição + substantivo) = ponto de partida inferior:
Olhou-me com desprezo, de baixo para cima.
- Demais ou de mais?
demais = excessivamente:
Você falou demais e causou desconfiança.
de mais = diferente de : de menos:
Nada há de mais em você ir à festa.
- Embaixo ou em baixo?
A forma correta é embaixo.
- Em cima ou encima?
A forma correta é em cima.
- Há ou a?
há (tempo passado):
Ela chegou há um mês.
a (tempo futuro):
Ela viajará daqui a um mês.
- Mal ou mau?
Mal opõe-se a bem:
Não há mal que sempre dure.
Mal = logo que, assim que:
Mal ela chegou, serviram o jantar
Mau opõe-se a bom:
O mau pagado está fichado no Serviço de Proteção ao Crédito.
- Más, mais ou mas?
Más (plural de má) opõe-se a boas:
As más notícias chegam logo.
Mas (conjugação) indica oposição:
Ela queria ler, mas esqueceu o livro.
Mais (modifica verbo, com idéia de tempo e intensidade ou modifica nome com idéia de quantidade):
Não estuda mais aqui. (tempo, modifica verbo estudar)
Estuda mais que eu. (intensidade, modifica verbo estudar)
Mais amor e monos confiança! (quantidade, modifica substantivo amor)
- Porque, por que, porquê ou por quê?
Porque (explicação ou causa) = uma vez que:
A plataforma afundou porque sofreu um grave abalo.
Por que (pergunta direta ou indireta) = qual o motivo de:
Por que o mercado brasileiro reagiu mal à crise argentina? (direta)
Não sei por que o mercado brasileiro reagiu mal à crise argentina. (indireta)
por que (preposição + pronome relativo) = pelo qual:
Países sul-americanos vão desvalorizar sua moeda, situação por que o Brasil já passou.
Porquê (forma substantivada) = causa, motivo:
Os porquês do acidente nunca serão revelados.
Por quê (no final de pergunta direta) = qual o motivo de:
O mercado brasileiro reagiu mal a crise argentina, por quê?
- Traz ou trás?
Traz (forma do verbo trazer)
Ela frequentemente traz os cabelos presos.
Trás (preposição) = atrás, detrás, após, depois:
Volta ao Pantanal ano trás ano.
- A par ou ao par?
A par é usado normalmente, com o sentido de "estar bem informado", "ter conhecimento"
Após a confusão, ficamos a par de tudo.
Ao par é usado para indicar equivalência cambial.
O dólar e o euro estão ao par (isto é, têm o mesmo valor).
- Obrigado ou obrigada?
O adjetivo OBRIGADO, com significado de "agradecimento" , "grato", muito comum nas expressões "muito obrigado", "vou bem, obrigada", estabelece concordância em gênero e número com a pessoa que faz o agradecimento.
Dessa forma, o homem diz: "Muito obrigado"; a mulher diz: "Muita obrigada"; muitos homens dizem: "Muito obrigados"; muitas mulheres dizem: " Muito obrigadas".
- Afim ou a fim?
A fim de = locução prepositiva que indica finalidade.
Ele saiu cedo a fim de chegar a tempo.
Afim = adjetivo, significa "semelhante", "por afinidade"
Tratava-se de idéias afins.
- Esteja e seja
Esteja e nunca esteje. Muito menos na forma sincopada teje.
Esteja é forma verbal do verbo "estar".
Seja e nunca seje.
Seja é forma verbal do verbo "ser".
- História ou Estória?
A normativa da língua portuguesa sempre classificou as palavras estória e história da seguinte forma:
Estória: indica narrativas de ficção
História: indica narrativas de fatos reais
Modernamente, essa distinção tem sido abandonada; os dicionarista recomendam a forma história tanto para as narrativas de fatos reias quanto para as narrativas de ficção.
Dicas tirada do livro: Dúvidas de Português nunca mais.
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